Sob o sol mais quente, de um poente paixão,
o Dongo deslizava suavemente sobre as águas calmas da
baía.
Nesse pôr do sol quente, como tela rasgada pelo calor mais ardente,
parecia ao nosso olhar uma aguarela em tela pintada!
A silhueta negra do pescador da mabanga,
era a afirmação de que o Dongo não andava sózinho
Nesse pôr do sol quente, como tela rasgada pelo calor mais ardente,
parecia ao nosso olhar uma aguarela em tela pintada!
A silhueta negra do pescador da mabanga,
era a afirmação de que o Dongo não andava sózinho
nesse calor ardente rasgado
pelos dedos ao entardecer.
Sob o marulhar das águas o pescador media a água evaporada
sobre a concha da mabanga, com as mãos humedecidas pelo mar
mergulhadas sob a água tocavam as coisas
na (re)descoberta tímida das essências
desse pulsar marítimo...
nesse sol mais quente desse poente paixão,
o
sol despedia-se do dia...
derramando sinfonia pelos azuis do céu,
cobrindo-o de escarlate como êxtase de alegria.
derramando sinfonia pelos azuis do céu,
cobrindo-o de escarlate como êxtase de alegria.
A
Fortaleza em pendor de presença constante e firme
querendo abraçar a cidade...
querendo abraçar a cidade...
parecia vigiar e proteger meu sono tranquilo, p’ra além desse mar ...
espraiando-se
nos meus sonhos de criança,
que
caminhos seculares me diziam que essas águas da minha infância,
feitas cores como tela pintada rasgada pelo nosso olhar, era todo o meu mar!
No sol mais quente, desse poente paixão, o Dongo deslizava suavemente
sobre o marulhar das águas da minha bela baía de Luanda!
Poema de, Rogéria Gillemans
Registado no Ministério da cultura - Inspecção Geral das Actividades Culturais, I.G.A.C. – Processo N° 3089/2009.