Adeus terra minha que em teu calor me envolveste ...
Adeus terra querida que nunca de mim te esqueces-te !
Vou partir ... Nem sabes como vou ...
Levo-te toda no meu coração...
A tristeza e a saudade são já maiores
do que o amor que nos vincou !
Adeus terra querida, talvez não voltarei para ti ...
Esquece-me, peço-te terra minha,
e sorri para os outros, sorri ...
Vê neles a minha vida, que teus filhos também são,
e vê na minha ida direitos de protecção !
Parto triste, a chorar, são lágrimas já saudosas ...
Mas deixo-te os pássaros a cantar,
deixo-te pequenas prosas !
Se um dia eu voltar, coisa que muito duvido ...
Mais vale um de nós morrer,
pois viver a sofrer é viver sem ter vivido!
Vou partir para terras estranhas !
Ao deixar-te levo os olhos deslumbrados;
Do verde dos teus montes,
Do branco dos teus campos de algodão,
Do verde-rubro dos teus cafezais,
Do agreste das tuas savanas,
Da imponência dos teus imbondeiros,
Do vermelho do teu pôr do sol,
Das tuas acácias floridas ...
E cheios com as tuas estrelas ...
Mas às vezes podem chorar !
Adeus terra querida... se eu não voltar ...
Quero que saibas que deixo aqui a minha vida !
Poema de, Rogéria Gillemans
Registado no Ministério da cultura - Inspecção Geral das Actividades Culturais, I.G.A.C. – Processo N° 3089/2009.